Adm. Pierre
Januário, 06/06/2014
Em
recentes conversas com empresários, gestores, administradores e estudantes,
ouvi alguns comentários sobre os sindicatos, sobre a organização dos
trabalhadores e dos profissionais que me deixaram surpreso. Opiniões como: “eu odeio os sindicatos, qualquer sindicato...”,
“eu não quero participar desta discussão
no sindicato...”, “os sindicatos não
servem para nada...”, dentre outras frases neste estilo.
Para
explicar melhor meu pensamento vou usar uma analogia com a história da origem
da espécie humana. Temos duas linhas de teorias sobre nosso surgimento na terra,
os criacionistas e os evolucionistas, vou seguir neste momento, a linha dos
evolucionistas, sem desprezar no entanto e respeitando a tese dos criacionistas.
Considerando
a segunda teoria nós surgimos de um processo evolutivo, estamos na terra à
aproximadamente 70 milhões de anos, se considerarmos a evolução dos hominídeos
até o homo sapiens estamos habitando
o planeta terra a aproximadamente 100 mil anos, ou seja, a pouco tempo éramos completamente
errantes, andávamos nas florestas, usávamos instrumentos de pedras e ossos, vivíamos
caçando, sozinhos.
Esta
situação foi mudando e evoluindo, tanto pela nossa alimentação (comíamos carne),
pelo nosso cérebro (que nos ajudou em nossa percepção dos fenômenos da natureza,
chuva, sol, vento, dia, noite), pelo nosso polegar (que permitiu construir
ferramentas), quanto pela nossa capacidade de organização. Essa é uma palavra
chave no processo de evolução do homem, a organização.
Nos
organizamos em bandos, em tribos, em castas, em famílias, em cidades, Estados e
Nações.... A organização nos fez perceber que juntos conseguiríamos fazer mais
do que sozinhos, que juntos conseguiríamos vencer os diversos desafios e
perigos do ambiente, que juntos conseguiríamos viver mais e melhores.
Todo o
grupo, sem exceção, em um regime democrático, tem o direito de se organizar. Na
atual conjuntura temos diversas “organizações” públicas e privadas defendendo
seus interesses, tais como, Associações Comerciais (praticamente em todos os
municípios do Brasil), Federações de Industriais (presente em todos os
Estados), Sindicatos Patronais (diversos segmentos) e Confederações Nacionais,
tais como, do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), da Agricultura (CNA) e
das Indústrias (CNI). Entendo que todas são legitimas e defendem seus
respetivos interesses,
só não entendo por que a ira de alguns contra os sindicatos e as organizações
dos trabalhadores.
Fico
preocupado quando as diversas classes sociais e econômicas, de diversos
segmentos se organizam, se entendem e cobram seus direitos e interesses e quanto
aos trabalhadores ficam as palavras de desabono e desejo de desarticulação.
Fico me perguntando por que? Por que os demais grupos podem ser organizar e os
trabalhadores não?
A
relação capital trabalho, patrão e empregado sempre apresentou conflitos e
problemas, a necessidade de liderança e diálogo é uma condição primordial para
o crescimento e evolução das pessoas e organizações, caso contrário ainda
estaríamos trabalhando 18 horas por dia, sete dias por semana, com mão-de-obra
escrava ou semiescrava, incluindo crianças nas fábricas insalubres, sem
segurança, sem férias, sem previdência ou outros direitos que hoje estão
presentes de forma natural.
A
história demonstra que toda radicalização de um lado ou de outro não representa
no curto ou médio prazo nenhum ganho para a coletividade, ficando sempre um
grupo com privilégios que comprometem toda a sociedade. É necessário a busca
pelo equilíbrio e pelo diálogo.
Também é
fato, que apenas o livre mercado e o capitalismo sem nenhum instrumento de
controle, tem se mostrado cruel para a sociedade, cito casos de trabalhadores
bolivianos explorados em confecções clandestinas em São Paulo, ou crianças
sendo usadas na produção de carvão ou ainda agricultores em condições de
escravidão em fazendas do Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, acrescento aqui
o caso de várias mortes de líderes sindicais.
Não é
uma luta de iguais, de um lado temos o sistema, a mídia e o capital, do outro
temos a voz, as ideias, as aflições e necessidades de trabalhadores..., no
entanto é preciso manter o canal de diálogo.
Entendo
não ser democrático, justo e ético a ferocidade contra a organização dos
profissionais, é preciso equilibrar a balança, de forma ordenada, inteligente,
inovadora e coerente, na certeza da busca das melhores alternativas, sempre
através do diálogo.
É
preciso lembrar que as conquistas de hoje, são reflexos de anos de lutas,
cobranças, reinvindicações, muito diálogo e as vezes, quando não se consegue
evoluir, então cabem estratégias e ações mais fortes, sem perder de vista o
respeito aos seres humanos às organizações e à democracia. Cabe aos sindicatos,
a organização dos profissionais, a manutenção do diálogo entre as diversas
partes, a liderança responsável, a busca do equilíbrio nos direitos e deveres,
a representação profissional nas diversas instâncias e a busca do atendimento dos
interesses das categorias.
Enquanto
Presidente do Sindicato dos Administradores do Maranhão e Administrador
registrado convido à todos os alunos e profissionais à participarem das
discussões sobre a defesa de nossos interesses e atendimento de nossas
necessidades.
Juntos
somos mais fortes.
Adm.
Pierre Januário
4175-CRA MA
Presidente do Sindicato dos Administradores
do Maranhão – SINADMA (www.sinadma.org.br),
Sócio diretor da i3Projetos, Planejamento, Consultoria e Gestão (www.i3projetos.com), Investor Negócios (www.investornegocios.com.br).
Administrador, Me. Gestão Empresarial, MBA Gerenciamento de Projetos, Esp.
Desenvolvimento Econômico Local, Esp. Gestão de Negócios.
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