quinta-feira, 15 de junho de 2017

Verdade sutil

Você tem o lampejo de entendimento, esse insight extraordinariamente rápido, quando a mente está muito tranquila, quando o pensamento está ausente, quando a mente não está sobrecarregada com seu próprio ruído.

Portanto, o entendimento de qualquer coisa – uma pintura moderna, um filho, sua esposa, seu vizinho – ou o entendimento da verdade, que está em todas as coisas, só pode ocorrer quando a mente está muito tranquila.

Mas essa tranquilidade não pode ser cultivada, porque se você cultivar uma mente tranquila, ela não será uma mente tranquila, será uma mente morta.

Quanto mais você está interessado em algo, maior sua intenção de entender, mais simples, clara e livre está sua mente. Então, a verbalização cessa. Afinal, pensamento é palavra, e é ela que interfere. É a tela de palavras – a memória – que intervém entre o desafio e a reação.

É a palavra que está respondendo ao desafio, o qual chamamos de intelecção.

Desse modo, a mente que conversa, verbaliza não consegue entender a verdade – a verdade no relacionamento, não uma verdade abstrata. Não existe verdade abstrata. Mas a verdade é muito sutil. E é a sutileza que é difícil de acompanhar.

A verdade não é abstrata, chega tão depressa, tão misteriosamente, que não pode ser contida pela mente.

Como um ladrão na noite, ela chega sombriamente, no momento em que não estamos preparados para recebê-la. Receber a verdade é apenas um convite da ambição.

Então, uma mente capturada pela rede das palavras não consegue entender a verdade.

Jiddu Krishnamurti

Interesse

Quanto mais você está interessado em algo, maior sua intenção de entender, mais simples, clara e livre está sua mente.

Jiddu Krishnamurti