quinta-feira, 29 de abril de 2010

Funarte e Caixa anunciam incentivo de quase R$ 90 milhões para projetos culturais

Funarte e Caixa anunciam incentivo de quase R$ 90 milhões para projetos culturaisQuase R$ 90 milhões serão injetados na cultura graças a 38 editais anunciados pela Funarte e pela Caixa Econômica Federal. As iniciativas contemplam áreas tão diversas quanto circo, arte digital, literatura e cultura popular.

 

Os 34 editais da Funarte significam um investimento de R$ 56 milhões. Serão concedidos mil prêmios e bolsas de até R$ 260 mil para projetos de produção, formação de público, pesquisa, residências artísticas, apoio a festivais e produção crítica sobre arte.

Confira os editais 2010 da Funarte/MinC que estão com inscrições abertas

A Caixa investirá R$ 33,1 milhões em quatro editais de apoio para projetos culturais. Do total, R$ 3 milhões serão destinados para patrimônio cultural brasileiro; R$ 26 milhões para o programa de ocupação dos espaços da Caixa Cultural, que selecionará projetos para as unidades de Brasília, Curitiba, Rio, Salvador e São Paulo; R$ 600 mil para o programa Caixa de apoio ao artesanato brasileiro; e R$ 3,5 milhões para festivais de teatro de dança. A partir da próxima segunda-feira, será possível inscrever os projetos no sitewww.caixa.gov.br/caixacultural.

Conheça os editais da Caixa Econômica Federal de patrocínio à cultura

- O patrocínio através de editais é uma forma transparente e democrática de apoio à cultura - diz Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa. - E 95% do valor investido em cultura pela Caixa é proveniente de recursos próprios. Apenas 5% são renúncia fiscal, uma verba que é destinada exclusivamente ao Programa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro.

As inscrições para os editais da Funarte, por sua vez, estão no site www.funarte.gov.br . O Prêmio de Produção Crítica em Música vai contemplar trabalhos de pesquisa sobre música brasileira. O Prêmio de Composição Clássica vai apoiar obras inéditas para a Bienal de Música Brasileira Contemporânea.

A Bolsa de Criação Literária, por exemplo, patrocinará trabalhos de produção de textos literários, de prosa e poesia. A Bolsa de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet ajudará pesquisadores a desenvolver textos críticos sobre arte em mídia digital, ou a produzir conteúdo digital para a web. Também estão na lista os tradicionais prêmios Myriam Muniz, de teatro, Klauss Vianna, de dança, Carequinha, de circo, e da Rede Nacional Artes Visuais.

 

Fonte: O Globo

domingo, 25 de abril de 2010

Banco de Dados de Indicadores do BIRD

The World Bank is excited to announce its new open data initiative, bringing global economic and development data to the web for the world to use.


As part of the open data initiative, the Bank today launches data.worldbank.org, a Web site that provides free, open and easy access to statistics and indicators about development. Visitors to the site can easily find, download, manipulate, use, and re-use the data compiled by the World Bank, without restrictions.


World Bank Group President Robert B. Zoellick recently explained the importance of open data and the thinking behind the new open data initiative: "I believe it's important to make the data and knowledge of the World Bank available to everyone. Statistics tell the story of people in developing and emerging countries and can play an important part in helping to overcome poverty. They are now easily accessible on the Web for all users, and can be used to create new apps for development."


Opening up the Bank's data stores will allow individuals, groups, and organizations to create applications, programs, visualizations, and other tools that will help monitor and measure progress of various development initiatives and projects. Additionally, the data can be used to create new and innovative solutions for international development, helping with the World Bank's mission to reduce poverty across the globe.


The open data initiative is part of the World Bank's decision to be more accessible, and the new data site provides user-friendly access to key development indicators in four languages: English, Spanish, French and Arabic. These indicators are carefully drawn from numerous data sources and statistical partners. The full set of the Bank's indicators on development are also available in the data catalog with over 2,000 time series
indicators, for over 200 economies, and in many cases for over 50 years. Additional tools, including search, will provide users with simple methods to find indicators and data quickly, with download and visualization options.


This new open data initiative coincides with the release of the World Development Indicators (WDI) 2010, one of the Bank's most popular statistical resources. In addition to providing open access to the WDI, which provides data for nearly 1000 indicators, the Bank's data initiative also opens up access to the Global Development Finance, Africa Development Indicators, Global Economic Monitor, and indicators from the Doing Business Report. Many indicators are also available to developers and others to create data applications and
visualizations through an Application Programming Interface (API). The Bank will continue to add datasets and indicators in the months ahead. Users are encouraged to provide feedback and are welcome to comment on the data, the usability and the features.

Emergentes passam a ter maior poder de voto no Banco Mundial

25/04/2010 - 15h23

WASHINGTON (Reuters) - O Banco Mundial aceitou neste domingo oferecer às economias emergentes maior poder de voto na instituição financeira, colocando a China em terceiro lugar, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão.

O acordo aumentará os votos dos países em desenvolvimento em 3,13 por cento, contribuindo com 1,6 bilhão de dólares em recursos do Banco Mundial.

Os países membros também concordaram, neste domingo, com um aumento de capital de 3,5 bilhões de dólares para o banco, o primeiro em mais de 20 anos.

Mais cedo, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, havia afirmado que os membros do Banco Mundial concordaram em colocar mais capital na instituição e dar mais voz aos países em desenvolvimento.

"Nós podemos nos sentir orgulhosos de que concluímos acordos sobre um programa de uma transformativa reforma financeira e diretiva, junto com novo capital para o Banco Mundial e uma fórmula mais representativa de participação", disse Geithner em declaração ao seu comitê de desenvolvimento.

Ele também disse que os Estados Unidos, que possuem a maior parcela no Banco Mundial (16,4 por cento), não buscarão aumentar seu poder de voto sob uma fórmula de votação revisada, e afirmou que ela será feita para melhor refletir a importância econômica dos países em desenvolvimento.

"Porque nós acreditamos que esse resultado geral é digno de nosso forte apoio, os Estados Unidos concordaram em não tomar sua participação total nesse novo sistema", afirmou Geithner.

O secretário disse que o Banco Mundial merece mais capital para ajudá-lo em esforços como a assistência ao desenvolvimento da agricultura no Afeganistão e em situações emergenciais como o auxílio ao Haiti depois do terremoto.

Quanto ao aumento de capital, Geithner disse acreditar que a instituição fez "uma forte e atrativa defesa" para o montante de 3,5 bilhões de dólares e disse que pediria ao Congresso norte-americano a aprovação da parte do país.

(Reportagem de Lesley Wroughton e Glenn Somerville)

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/04/25/emergentes-passam-a-ter-maior-poder-de-voto-no-banco-mundial.jhtm

Reuters

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fundo Internacional para a Diversidade Cultural - Financiamento para projetos de promoção e proteção da diversidade cultural. Até 15 de junho

Ter, 13 de Abril de 2010 23:14

Fundo Internacional para a Diversidade Cultural - Financiamento para projetos de promoção e proteção da diversidade cultural. Até 15 de junhoO Fundo Internacional para a Diversidade Cultural criado pela Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, já entrou em sua fase piloto de funcionamento, com a divulgação de um formulário de pedidos de financiamento para programas e projetos.


Poderão ser financiados programa e projetos relativos à implementação de políticas culturais e ao fortalecimento de infraestruturas institucionais correspondentes; ao fortalecimento das capacidades culturais; ao fortalecimento das indústrias culturais existentes; à criação de novas indústrias culturais; e à proteção de expressões culturais comprovadamente em risco de extinção, conforme o artigo 8 da Convenção.

As solicitações poderão ser apresentadas por governos dos países em desenvolvimento membros da Convenção, ONGs nacionais da área da cultura, grupos vulneráveis ou outros grupos sociais minoritários. Os pedidos serão avaliados por um painel de seis especialistas nomeados pelo Comitê Intergovernamental da Convenção, formados por 24 países, dentre os quais o Brasil.

O Fundo da Diversidade Cultural dispõe atualmente de US$ 2.391.489 (dois milhões, trezentos e um mil, quatrocentos e oitenta e nove dólares). A Convenção integra, atualmente, 109 países, dos quais a maioria é de países em desenvolvimento.

No Brasil, os pedidos devem ser enviados até o dia 15 de junho deste ano, para a Divisão de Assuntos Multilaterais Culturais (DAMC) - veja o endereço abaixo.

De acordo com decisão do Comitê Intergovernamental da Convenção, a prioridade de utilização dos recursos do Fundo é financiar projetos apresentados por países em desenvolvimento. Por este motivo, o Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Américo Córdula, avalia que projetos brasileiros não terão prioridade, já que o Brasil é visto como um dos países em desenvolvimento em melhor situação econômica, e existem poucos recursos. O Secretário explica que, para financiar programas e projetos de promoção e proteção da diversidade cultural brasileira, o Ministério da Cultura está propondo a criação de um Fundo Setorial da Diversidade e Acesso, que faz parte da reforma da Lei de Incentivo - Procultura, atualmente em processo de tramitação no Congresso Nacional.

Os formulários só poderão ser preenchidos em francês ou em inglês. O endereço para envio dos pedidos é:

DAMC - Ministério das Relações Exteriores
Palácio Itamaraty - Esplanada dos Ministérios - Bloco H
Brasília - DF - Brasil
CEP 70.170-900

Mais informações e/ou esclarecimentos podem ser obtidos com o ponto focal da Convenção no Brasil, Giselle Dupin - Coordenadora de Fomento à Identidade e Diversidade, pelo endereço eletrônico: giselle.dupin@cultura.gov.br , ou pelo telefone: (61) 2024 2368.

Clique aqui para acessar o formulário de pedidos de financiamento (em francês e inglês).

Clique aqui para acessar o texto completo do Procultura.


Fonte: Ministério da Cultura

Fundação O Boticário apóia 21 novos projetos. Inscrições até 31 de março e 31 de agosto.

Qua, 13 de Janeiro de 2010 21:27

Instituição destina R$ 600 mil para apoio a projetos de conservação
A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza acaba de aprovar o apoio a 21 novos projetos de conservação da biodiversidade brasileira. Serão doados para estes estudos R$ 600 mil, distribuídos ao longo do período de duração dos projetos, que varia entre um e dois anos. 
A instituição é uma das principais financiadoras de projetos na área de conservação do país. Desde a sua criação, em 1990, até novembro deste ano, o valor investido foi U$ 8,9 milhões em 1.197 projetos de 379 instituições em todo o Brasil.

Os 21 novos projetos contemplam o ambiente marinho e cinco dos seis biomas brasileiros (Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia, Pampas e Cerrado). São ações e pesquisas voltadas à conservação de espécies e comunidades silvestres em ecossistemas naturais; prevenção ou controle de espécies invasoras; e vulnerabilidade, impacto e adaptação de espécies e ecossistemas às mudanças climáticas.

Além destas linhas de trabalho, a Fundação O Boticário também apóia projetos de políticas voltadas à conservação de ecossistemas naturais, conservação e regeneração de ecossistemas naturais, e criação ou manejo de unidades de conservação.

"A natureza conservada é um dos maiores bens que podemos pode deixar às futuras gerações. É fonte de vida. E o Brasil é o país com maior biodiversidade no mundo. Proteger todo esse patrimônio natural significa garantir os serviços ambientais que a natureza nos fornece, como água em quantidade e qualidade, manutenção do clima, qualidade do ar, fornecimento de matéria-prima para indústria e novos fármacos para a medicina", afirma a diretora executiva da Fundação O Boticário, Malu Nunes.

A diretora executiva explica que o objetivo da Fundação O Boticário com o apoio a projetos é impulsionar o desenvolvimento científico no Brasil, ampliar o movimento em prol da conservação da natureza e contribuir para manter os ciclos ecológicos vitais para a sobrevivência de todas as espécies. "Investir em projetos que garantam a conservação da biodiversidade a médio e longo prazos é um dos caminhos para amenizar e evitar os impactos negativos da degradação ambiental", diz.

O apoio a projetos de conservação já permitiu a descoberta de 37 novas espécies de plantas e animais, e contribui com a preservação de mais de 160 espécies ameaçadas de extinção. Além disso, 222 unidades de conservação contaram com recursos da Fundação O Boticário para a sua criação, proteção ou manejo.

Entre as espécies descobertas em projetos apoiados pela Fundação O Boticário estão a perereca Scinax peixotoi, encontrada na Ilha da Queimada Grande, em Itanhaém, litoral de São Paulo; e o lagarto Bachia oxyrhina, descoberto na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, no Cerrado.

Algumas das espécies descobertas receberam, inclusive, o nome Boticário em homenagem à instituição, como o peixe anual Aphyolebias boticário encontrado no rio Purus, que faz parte da bacia Amazônica, no Acre; a rã Megaelosia boticariana, encontrada no Parque Estadual de Itapetinga, localizado na Serra da Mantiqueira, em São Paulo; e o peixe Listrura boticario encontrado na Reserva Natural Salto Morato, criada e mantida pela Fundação O Boticário e localizada no litoral norte do Paraná. Além delas, outra homenagem recebida pela instiutição foi o nome dado ao maracujá Passiflora boticarioana Cervi pelo pesquisador que o descreveu, Armando Carlos Cervi, em agradecimento pelo acompanhamento de sua trajetória. A planta foi encontrada por um grupo de botânicos da Universidade Federal de Minas Gerais, na cidade de Bandeira, Minas Gerais.

Entre os projetos apoiados relacionados com a conservação de espécies ameaçadas, estão os que desenvolvem estratégias para a preservação do pato-mergulhão na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, realizados pela Funatura. O pato-mergulhão é considerado uma das aves mais ameaçadas das Américas. É classificado como criticamente ameaçado, tanto na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção quanto na Lista Vermelha dos Animais Ameaçados da IUCN. A população de pato-mergulhão está estimada em cerca de 250 indivíduos no mundo todo, e é um tipo de ave que necessita de requisitos específicos para sobreviver, pois habita áreas montanhosas com rios encachoeirados.

Como funciona – A Fundação O Boticário apoia projetos de por meio de dois editais anuais, que têm como data limite 31 de março e 31 de agosto. As inscrições são realizadas pelo site http://www.fundacaoboticario.org.br.

Podem concorrer ao financiamento propostas desenvolvidas por organizações não-governamentais ou fundações ligadas a universidades e que contribuam efetivamente para a conservação da natureza no Brasil.

O processo de seleção das propostas é independente. Os pareceres são emitidos por consultores voluntários e a aprovação final é feita pelos membros Conselho Curador da Fundação O Boticário.

São selecionados projetos que tragam resultados concretos para a conservação; tenham impacto duradouro para a conservação dos habitats e espécies alvos do projeto; gerem informações imprescindíveis para a tomada de medidas conservacionistas; elucidem aspectos relevantes ou promovam a conservação de espécies ameaçadas de extinção, de hábitats e de espécies chave para o funcionamento do  ecossistema onde estão inseridas; e promovam o conhecimento e a  conservação de ambientes naturalmente isolados. 

 "O apoio a projeto tem como premissa ser uma ação contínua, já que a proteção ao meio ambiente requer ações permanentes e urgentes, realizadas enquanto ainda há tempo para protegermos parte do que resta do rico patrimônio natural brasileiro", afirma Malu Nunes.

Sobre a Fundação O Boticário

A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos, cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza.

Criada em 1990 por iniciativa do fundador do Boticário, a atuação da Fundação O Boticário é nacional.

Além de financiar projetos de outras instituições, a Fundação O Boticário mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país.

Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ecossistêmicos em regiões de manancial, o Projeto Oásis. Criado em 2006, o projeto premia financeiramente proprietários que protegem suas áreas de mananciais na região da Bacia do Guarapiranga, na Região Metropolitana de São Paulo. Com base na expertise adquirida com os trabalhos em São Paulo, a Fundação O Boticário oferece assessoria técnica para o Projeto Oásis Apucarana, no interior do Paraná, realizado pela prefeitura do município.

 

Mapa online permite visualizar financiamentos do BNDES em todo o País

Essa ferramenta é fantástica, vale conhecer.
abraços.
Pierre Januário.
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Mapa online permite visualizar financiamentos do BNDES em todo o PaísIniciativa da Plataforma BNDES, internautas podem deixar informações sobre impactos sociais, econômicos e ambientais de empreendimentos que têm financiamento público

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) colocou nesta quarta-feira (14) na internet o "Mapa Interativo de Projetos Apoiados pelo BNDES" (veja em: http://www.plataformabndes.org.br/mapas/).


Hospedado no site da Plataforma BNDES (conjunto de organizações que monitoram socialmente o banco e pressionam por sua democratização, entre elas o Ibase), o Mapa permite visualizar informações sobre mais de 500 (até o momento, já que a atualização será permanente) projetos financiados pelo BNDES em todo o país, desde 2006. A busca pode ser feita por "tipos de projeto" (como "etanol", "unidade hidrelétrica", entre outros), mas também por localização e valor da operação. É possível visualizar, ainda, áreas indígenas e áreas de proteção ambiental próximas aos empreendimentos. E na seção "Sua voz", os internautas podem registrar informações sobre cada um dos financiamentos, especialmente possíveis impactos sociais, econômicos e ambientais gerados.

"Diversos empreendimentos financiados pelo BNDES, em setores como mineração, siderurgia, etanol, hidrelétricas, entre outros, causam impactos negativos para as populações dos territórios afetados. No longo prazo, o mapa nos ajudará a dimensionar o conjunto destes problemas, bem como a pressionar para que o banco reveja seus critérios ao liberar certos financiamentos", diz Eugênia Motta, pesquisadora do Ibase.

Os dados do Mapa são retiradas do próprio site do BNDES, bem como de seus relatórios e informes.


Redação Ibase
Envolverde, 16/04/10
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Comércio Exterior: O avião e o futuro

Samir Keedi

Desde 1997, vimos defendendo uma ideia que à época parecia um nonsense a todos. Menos a nós, sozinhos na arena com os leões-marinhos. Que é o modo aéreo como o futuro do transporte. Embora isolados na defesa do transporte aéreo, como aquele que mais cresceria, relativamente, nas décadas seguintes, não abandonamos a ideia que nos parecia lógica. E ainda hoje estamos convictos disso.

Bem sabemos que o modo aéreo é ainda bastante caro em relação aos demais. Mas tudo pode ser uma questão de tempo. De utilização intensiva.

Com o tempo, começamos a verificar que estávamos no caminho certo. E era o tipo do desafio ótimo a desenvolver. De tal forma que continuamos insistindo na ideia, que virou capítulo do nosso livro Logística de transporte internacional, hoje na 3ª edição. E mantendo o capítulo cada vez mais como uma certeza viva. E que ensinamos em cada uma das nossas aulas de transporte e logística.

Embora o transporte aéreo tenha sofrido um forte revés com a derrubada das torres gêmeas em 2001, continuamos firmes na ideia. Acreditando em sua viabilidade. Em colocar em cheque o navio, tradicional e consolidado. E já frisamos que não somos contra ele, muito pelo contrário. É que sonhamos com processos logísticos cada vez mais eficientes.

Entendemos que um processo eficiente tem diversas características, entre as quais o tempo de entrega. O Homo sapiens procura cada vez mais eliminar estoques, seja por meio da produção como da entrega imediata. Na produção, isso já é muito usado há décadas. De tal forma que muitas empresas nem mantêm estoque de matéria-prima, num risco calculado. E pouco estoca produto acabado. Da mesma forma no destino final. Mas há o meio. O transporte e turismo da carga. O custo financeiro envolvido.

Existem milhares de navios no mundo. De todos os tamanhos e tipos. Pode-se imaginar o estoque portuário e marítimo envolvido. Com um comércio mundial anual de mais de 30 trilhões de dólares, falamos em cerca de 82 bilhões de dólares/dia. Numa viagem média de 30 dias, calcule-se o valor parado.

O avião pode ser a forma de se extinguir esse desperdício. Quanto ao frete aéreo, hoje considerado caro, deve seguir a mesma tendência do marítimo, sendo mais intensamente utilizado. Quem, como nós, está na área há cerca de quatro décadas sabe bem o que ocorreu com os fretes marítimos ao longo do tempo. Com o crescimento dos navios, com mais carga transportada, os fretes caíram drasticamente. O mesmo deve ocorrer com os aviões, conforme seu crescimento. Tanto com a economia de escala na construção do avião, quanto com a maior quantidade de carga.

Desde nosso primeiro pensamento, estamos imaginando aviões com 2.000 ou 3.000 toneladas de capacidade de carga, o que não é impossível. Ainda durante a 2ª Guerra Mundial, transportavam cerca de 2 toneladas apenas. Na década de 80, o Boeing 747 veio com capacidade para 100 toneladas. Afora os Antonov AN124 para 140 toneladas e o AN225 Mria para 250 toneladas, já existentes há décadas e que só precisam ser reproduzidos.

De carreira, já temos o Airbus A380 para 150 toneladas de capacidade de carga, não existente à época de nossos primeiros devaneios. Os aviões estão crescendo. Quanto mais se usar, mais vai ficar barato.

Quanto a dois mitos que existem no mercado e que estamos tentando quebrar, que são capacidade de carga e frete, temos o seguinte:

O espaço do avião será sempre estaticamente menor. Porém, na rotatividade, a diferença pode ser compensada. Enquanto o navio faz uma viagem, o avião pode fazer dezenas, reduzindo a diferença ou até passando-o.

Para o custo temos a dizer que nunca se deve comparar frete com frete de cada modo, mas custo com custo, de ponta a ponta. Os aeroportos, em geral, são mais pertos, as embalagens podem ser diferentes, o seguro aéreo é mais barato. Mais a questão dos estoques e turismo da carga no mar etc. Tudo somado, pode-se ter alguma surpresa agradável.

Afora o uso logístico do avião. Como aquele realizado por uma empresa gaúcha em 2002, que enviou 37 caminhões, montados, ao Equador. Sem onerar o frete, apenas combinando frete de retorno com a empresa aérea que trouxe carga da Europa e voltaria com o avião vazio de Curitiba. Os veículos foram transportados em menos de 4 horas, contra 45 dias de navio. Não há competidor que vença uma concorrência em outro país com o seu concorrente agindo assim, com logística inteligente.

Claro que temos restrições, que é a carga a granel. Mas entendemos que para a carga geral será inevitável.

Samir Keedi
Economista com especialização na área de transportes internacionais.
Fonte: http://www.aduaneiras.com.br/noticias/artigos/default.asp?artigo_id=480

Para o Banco Mundial, não há mais 'Terceiro Mundo'

Jornal Valor Econômico. De São Paulo

15/04/2010

Para o Banco Mundial (Bird), não há mais Terceiro Mundo.

O antigo conceito de "Terceiro Mundo" já não se aplica atualmente e os países ricos não podem mais impor sua vontade às nações em desenvolvimento, que são agora os principais motores do crescimento mundial, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.

Em um discurso feito ontem, que serviu como uma espécie de preparação para as reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, na próxima semana, Zoellick advertiu contra o uso de velhos padrões, que refletem apenas interesses próprios. Ele se referia ao termo hoje pejorativo de Terceiro Mundo, já que esses países emergentes tendem a desempenhar um papel cada vez maior nas duas instituições surgidas dos Acordos de Bretton Woods (1944).

Ele disse que o progresso econômico nos países em desenvolvimento teve profundas implicações para a cooperação global, multilateralismo e para o trabalho de instituições como o Banco Mundial. "As placas tectônicas econômicas e políticas estão se movendo", afirmou Zoellick em discurso no Woodrow Wilson Center. "Nós podemos mudar com elas ou podemos continuar a ver o novo mundo pelo prisma do velho. Devemos reconhecer novas realidades. E agir sobre elas."

O termo Terceiro Mundo foi oficialmente adotado pela primeira vez durante a reunião de países asiáticos e africanos, em abril de 1955, na Conferência de Bandung, em Java, na Indonésia. Ele definia os países que se pretendiam não-alinhados às duas superpotências da época: EUA e URSS.

A origem do nome está na ideia do demógrafo francês Alfred Sauvy, que propunha a ideia de um Terceiro Mundo, inspirado na ideia do Terceiro Estado, usada na revolução francesa. Os países do chamado Terceiro Mundo deveriam se unir e revolucionar a Terra, como fizeram os burgueses e revolucionários na França. Os chamados Primeiro Mundo e Segundo Mundo surgiram de uma interpretação errônea por parte principalmente da mídia. Assim, convencionou-se que o Primeiro Mundo seria o dos países capitalistas desenvolvidos, enquanto o Segundo Mundo seria o dos países socialistas industrializados. Restariam no Terceiro Mundo os países capitalistas economicamente subdesenvolvidos e geopoliticamente não-alinhados.

Espera-se que nas reuniões da próxima semana seja aprovado o o primeiro aumento de capital para o Banco Mundial em 20 anos. Os países ricos industriais têm sido os maiores contribuidores para o Bird e ditado a forma como esses fundos são gastos. Espera-se agora que os países emergentes tenham um papel maior.

Zoellick disse temer que o incentivo à cooperação entre países vá desaparecer com a recuperação da economia global e a rápida evolução de uma economia mundial multipolar, em que alguns países em desenvolvimento estão se tornando potências econômicas.

As mudanças no mundo não estão apenas na China e na Índia, disse ele. A África Subsaariana poderia crescer a uma média de mais de 6% até 2015, enquanto o Sul da Ásia, onde vive a metade dos pobres do mundo, pode crescer até 7% ao ano no mesmo período. "Estamos agora em uma nova economia mundial, em rápida mutação multipolar, onde o norte, o sul, o leste e o oeste são agora os pontos de uma bússola, não destinos econômicos", disse Zoellick.

Mas com a maior influência global vem acrescentada a responsabilidade, observou ele, advertindo os países em desenvolvimento que querem maior participação nas instituições internacionais.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou reformas nos organismos multilaterais e disse que o Brasil não se tornou credor do FMI e do Bird para não haver modificações em seus procedimentos.

"É preciso que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional abandonem seus dogmas obsoletos e condicionalidades nefastas. O Brasil não se tornou credor desses organismos para que as coisas continuassem como antes", disse o presidente.

"Exigimos reformas profundas para que os países em desenvolvimento possam ter voz ativa na definição de seu futuro."

(Com agências internacionais)

Fonte: http://www.valoronline.com.br/?impresso/internacional/97/6211224/para-o-banco-mundial,-nao-ha-mais-terceiro-mundo&utm_source=newsletter&utm_medium=manha_15042010&utm_campaign=informativo&scrollX=0&scrollY=1100&tamFonte=